Colonialismo Português/ em Angola
Portugal foi o primeiro país da Europa a se unificar como Estado Nacional, e os outros países do continente se organizavam em ducados pequenos e fragmentados. Foi por meio desta precoce unificação que o país teve avanços em relações comerciais, buscando impulsionar o comércio através de navegações em busca de novos mercados. No século XV, Portugal tornou-se um império colonial, que teve domínios em quatro continentes e foi o mais longínquo do mundo.
O colonialismo é compreendido como um
sistema de governo construído pela violência, pela imposição de valores
ocidentais e pela subjugação de populações autóctones que habitaram territórios
ocupados pela expansão europeia, bem como espaço social em que se criaram
estruturas de governo da diferença. O sistema colonial português que passou a
ser analisado antes mesmo de ter deixado de existir é conhecido como um dos
colonialismos mais longos da história. Resultou de um governo que não mediu
esforços para manter o controle dos seus territórios ultramarinos (em África e
Ásia) após 1960, quando outras ex-metrópoles aceitaram as independências e
construíram novas modalidades de cooperação governamental internacional. Nos
anos que se seguiram à II Guerra Mundial, a justificativa para a presença
portuguesa em África ganhou novos contornos com a participação de GilbertoFreyre, sociólogo brasileiro, na produção de teorias sobre a presença
portuguesa nos espaços do ultramar.
O luso-tropicalismo, como ficou conhecida
a sua teoria, propunha um “modo português de estar no mundo” pautado pela ideia
de um relacionamento harmonioso do povo português com outros povos, culturas e
territórios a partir de sua identidade “plástica”, “tolerante” e “fraterna”.
Por meio dessas ideias, os intelectuais portugueses passaram a buscar novas
identidades de contato (de si e do outro) e a caracterizar a ação colonial
portuguesa como igualitária e adaptável aos modos de vida dos africanos, sem,
no entanto, colocar em questão o nacionalismo protuberante e a estrutura
hierárquica que se cristalizava nas relações com os territórios dominados.
Colonialismo
Português em Angola
Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1482. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola por completo. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino doCongo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o do Reino de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao Reino de Angola (1559).
Explorando as rivalidades e conflitos
entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se
na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais,
procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais,
em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em
1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola
transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos para as
plantações da cana-de-açúcar do Brasil. Até finais do século XVIII, Angola
funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil
ou de outras colónias portuguesas do continente americano. A ocupação dos
portugueses aposta nas fortalezas e feitorias estabelecidas na costa.
A colonização efectiva do interior só se inicia no
século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de
escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação do interior tinha o
carácter de uma resposta às pretensões de outras potências europeias, como a
Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura o seu quinhão em
África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que a cada
uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Devido à ausência de vias de comunicação
terrestres, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos
fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895 - 1908), Bacia do
Cubango (1886 - 1906), Bacia do Cunene (1906 - 1907), Bacia do Alto Zambeze
(1895-1896), Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc. As fronteiras de Angola só
são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do
que a do território dos Ambundu, e cujo a língua o termo Angola anda associado.
Em 1823, em Benguela, surgiu a Confederação
Brasílica, um movimento com a finalidade de juntar Angola ao recém-independente
Brasil. Esse movimento foi formado por colonos e soldados de Benguela que em
boa parte provinham do Brasil. O governo da colónia em Luanda chamou reforços e
esmagou esta revolta.
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